4 de maio de 2021
O Dia Mundial da Asma celebra-se anualmente na primeira terça-feira do mês de maio, organizado pela GINA (Global Iniative for Asthma) e comemora-se desde 1998 em mais de 35 países.
Este dia tem como objetivo sensibilizar a população, procurar melhorar a adesão ao tratamento e parar a evolução da doença.
A asma é uma doença crónica provocada pela inflamação das vias aéreas. É caracterizada pela existência de sintomas respiratórios, tais como: sibilância, falta de ar, aperto no peito e tosse, que variam ao longo do tempo e de intensidade, associados a uma limitação do fluxo aéreo expiratório variável (medido através de um exame que se chama espirometria).
A asma, também denominada de asma brônquica ou bronquite asmática, é das doenças respiratórias crónicas mais comuns em todo o mundo e com maior aumento de incidência nos últimos 30 anos.
A Organização Mundial de Saúde estima que, em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de asma. Estima-se que mais de um milhão de portugueses sofram desta doença.
Esta é provocada por uma complexa relação entre fatores genéticos e ambientais, tais como: infeções virais, alergénios e agentes ocupacionais que influenciam não só o seu aparecimento, como a sua progressão. As causas que desencadeiam frequentemente as crises são as seguintes:
- Infeções virais (constipações)
- Exercício físico
- Exposição a alergénios
- Mudanças no clima
- Risos
- Substâncias irritantes (fumo, poluição ou cheiros fortes)
Existem sinais e sintomas respiratórios típicos de asma e quando presentes, aumentam a probabilidade de estarmos na presença de um doente asmático:
- Mais de um sintoma (sibilos, falta de ar, tosse, aperto no peito), especialmente em adultos. Os sibilos são popularmente designados de “pieira”, “chiadeira”, entre outros.
- Os sintomas, muitas vezes, pioram durante a noite ou no início da manhã, daí ser muitas vezes denominada de asma noturna.
Contudo, as características que são apresentadas a seguir reduzem a probabilidade de que se trate de sintomas respiratórios associados à asma:
- Tosse isolada, sem outros sintomas respiratórios
- Produção crónica de expetoração
- Falta de ar associada a tonturas, sensação de desmaio ou formigueiro nas mãos e nos pés
- Dor no peito
- Dispneia induzida pelo exercício com a inspiração ruidosa
A asma não tem cura, apesar de ser uma doença crónica e poder andar sem sintomas durante longos períodos. Um bom controlo caracteriza-se pela presença mínima de sintomas durante o dia e à noite, pouco uso de medicação de alívio, ausência de exacerbações, ausência de limitações na atividade física e uma normal função pulmonar. Este controlo total, pode não ser conseguido nos casos de uma asma grave ou moderada.
Cerca de metade dos doentes asmáticos em Portugal, não têm a sua asma controlada (51% crianças e 43% população geral). Contudo, 9 em 10 doentes com asma não controlada tem uma percepção errada do estado e de controlo da sua doença, o que dificulta a procura de melhor tratamento.
Uma das consequências do mau controlo, pode ser a agudização grave, com a necessidade de internamento. De facto, sabe-se que um terço das crianças que sofrem desta doença é internado, pelo menos, uma vez na vida.
Atualmente, as recomendações são credíveis, de forma a prevenir ou a evitar a asma e centram-se sobretudo na cessação tabágica durante a gravidez e no primeiro ano de vida, parto por via vaginal, amamentação com leite materno e, caso possível, evitar a toma de paracetamol e antibióticos no primeiro ano de vida.
Um dos principais problemas desta doença é a falta de diagnóstico. Existem muitas crianças que sofrem de asma, mas não é detetada atempadamente.
Em Portugal, existem entidades dedicadas a esta realidade. Uma delas é a Associação Portuguesa de Asmáticos (APA), com sede no Porto e legalizada em Maio de 1995. Esta associação tem como objetivo chamar a atenção dos doentes, profissionais de saúde e público em geral para a doença como um problema de Saúde Pública.