Dia internacional contra o cancro1

Dia mundial contra o cancro

O dia mundial contra o cancro é comemorado anualmente a 4 de fevereiro, com o intuito deaumentar a consciencialização sobre o cancro e incentivar a sua prevenção.

Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alia-se à União Internacional contra o Cancro (UICC), manifestando algumas ideias pré-concebidas sobre o cancro e informar sobre a doença. A UICC é a entidade responsável pela definição das iniciativas desta data.

Mas o que é isto, cancro? Esta palavra utiliza-se para denominar um grupo numeroso de doenças que têm em comum o desenvolvimento de células anormais. Podendo ter váriascausas, essas células começam a multiplicar-se e a crescer sem controlo, algo que normalmente não acontece num organismo.

O cancro continua a ser uma das principais causas de mortalidade. Nos últimos 20 anos, o número de tumores diagnosticados conheceu um crescimento importante em Portugal devido não só ao aumento populacional, mas também às técnicas de deteção precoce e ao aumento da esperança média de vida.

Em Portugal, os cancros mais frequentes são o cancro do pulmão, o colorretal, o da mama e o da próstata. Estes cancros são responsáveis por um elevado número de mortes todos os anos.

Se formos analisar o resto do mundo, houve cerca de 18 milhões de casos de cancro em 2018, sendo os mais frequentes o da mama, do pulmão e o colorretal.

Os cancros mais comuns em homens no mundo, foram o do pulmão, da próstata e colorretal,contribuindo com 44,4% do número total de novos casos diagnosticados em 2018.Contribuíram também com 5%, os cancros do estômago e fígado.

Em relação às mulheres, os cancros mais comuns em 2018 foram o cancro da mama, colorretal e do pulmão, contribuindo com 43,9% de novos casos diagnosticados. Contribuiu também o cancro cervical com 6,9%.

A prevenção do cancro é um desafio diário para a saúde pública. As recomendações para prevenir o cancro são de uma maneira geral ter uma vida saudável, através da alimentação, na redução do consumo de álcool, fazer atividade física e obter um peso corporal saudável.

Com a evolução da medicina e da ciência nos dias de hoje, muito recentemente os investigadores da Universidade de Adelaide desenvolveram um tratamento para o cancro damama com implicações imediatas. O estudo foi realizado com a colaboração do Instituto Garvan de Pesquisa Médica que examinou o papel dos androgénios – popularmente conhecidos como hormonas sexuais masculinas, mas também encontrados em níveis mais baixos nas mulheres – como um tratamento potencial para o cancro da mama, recetor de estrogénio positivo.

No normal desenvolvimento mamário, o estrogénio estimula e o androgénio inibe o crescimento na puberdade e durante toda a vida adulta. A anormal atividade do estrogénio é responsável pela maioria dos cancros da mama, mas o papel da atividade dos androgénios nesta doença tem sido controverso.

Os androgénios foram historicamente usados para tratar o cancro da mama, mas o conhecimento de recetores hormonais no tecido mamário era rudimentar na época e a eficáciados tratamentos mal compreendida. A terapia androgénica foi descontinuada devido aos efeitos colaterais virilizantes e com a chegada de terapias endócrinas anti-estrogénicas .

Os investigadores da Universidade de Adelaide e do Instituto Garvan, demonstraram que a ativação do recetor androgénio por um androgénio natural ou por um novo medicamento androgénico, tinha uma potente atividade anti tumoral em todos os cancros da mama com recetores de estrogénio positivo, mesmo os mais resistentes aos atuais métodos de tratamento. Ao contrário, os inibidores do recetor de androgénio não tinham qualquer efeito.

O Dr. Stephen Birrell, especialista em cancro da mama, pioneiro em androgénios e saúde da mulher e que fez parte da equipa da Universidade de Adelaide, referiu que esta descoberta seminal tem uma utilização para além do tratamento do cancro da mama, incluindo a prevenção do cancro da mama e o tratamento de outros distúrbios também impulsionados pelo estrogénio.

Este estudo ajuda os pacientes a terem esperança de que há outra resposta para a vida após o diagnóstico do cancro.

Referências

  • https://www.wcrf.org/dietandcancer/cancer-trends/worldwide-cancer-data
  • https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/620-portugal-fact-sheets.pdf
  • https://medicalxpress.com/news/2021-01-discovery-breast-cancer-treatment.html

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